Friday, November 12, 2004

Conversas com o Chano # I. No balcão do Toubuzabere



Uma cervejinha, chano?...
“Sim, uma cervejinha qu’oje vou às ratas, miau!...”
Vais onde?!
“Ás ratas, meu senhorio. Todo o eu é feito de ratas;
Tenho de as perseguir, na noite, no dia,
No palácio, no esgoto, miau...
Sou felino, vulgo gato
Mas, pelo hobbie, papa – ratas.”
Comes as ratas chano?!
Sem piedade?! Por fome? Por vício?!
Não lhes tens amor?!
“Meu senhorio, miau, amá-las? – amo-as;
Quando as circundo, afago-as... mas eriçam-se-me as unhas;
Quando as beijo, aguçam-se-me os incisivos
E, meu amor é fatal, para todas as ratinhas...”
Então és um assassino chano!
“Miau! Não, miau! É inevitável a morte, meu senhorio;
A vida é efémera e, isso do amor, estupefaciente com residual tóxico.
Dou o melhor de mim, para a proteger, guardá-la do mau,
Vê-la feliz e satisfeita, miau. Não as mato;
Elas morrem em mim!”
És um cemitério!...
“Miau, em vida... Serei um jardim quando morrer...
Mais uma bijequinha, meu senhorio?...”



Ponte Lima, 13.09.1998

:: poster – cat named Sam (A.Warhol)

Tuesday, November 09, 2004

cão negro no espaço



cosmos de neve branca

::: poster de Joseph Koudelka (hound)